sexta-feira, 17 de julho de 2009

às estrelas, com amor



Sinto algo que resvala emoção.
É como se fosse feita de substância etérea.
Algo que não posso controlar e que me faz chorar.
Choro porque me sinto tão viva.
Sinto o sangue correndo pelo corpo,
unha encravada no dedão direito,
um inoportuno cílio no olho esquerdo.
Sem essa dor não vivo e vivendo choro a dor.

Minha insegurança se arma com medo de tudo que é desconhecido.
Não vou culpar os entorpecentes da alma, porque se o choro existe
mais cedo ou mais tarde deverá ser compartilhado.
Mas contigo, o dia é mais amarelo,
a noite mais azulada
e o choro se cristaliza.

Tenho sonhos: eu e você...
Uns me fazem acordar para dentro, outros me escondem do que está fora.
Falta pouco, meu amor.
Falta pouco tempo para que eu desabroche nua de espinhos.
Talvez seja essa a beleza que você viu em mim:
a do diamante bruto a ser lapidado.
Em ti, já vejo a pedra preciosa pronta.

Decifra-me ou te devoro!

E assim, cada dia é mistério de morte, vida, morte e vida
Não não há nada que não brilhe no céu que não tenha um pouco de choro e de amor.

Somos feitos de pó de estrelas...

Cuide-se...