segunda-feira, 15 de março de 2010

pontes que devemos atravessar




Provavelmente você já viu o filme, não leu o livro e pode ser que assista a peça As Pontes de Madison, conduzida com leveza e graça por Marcos Caruso e Denise Del Vechio. Eu assisti e mais uma vez questionei: por que caminhos tortuosos devemos caminhar até firmar uma união estável?
Francesca, protagonista desta história, está minguando...Sonha com lirismo e erotismo há tempos abandonados no relacionamento com o marido. Os filhos tampouco desconfiam da vida de dia após dia da mãe. Até que numa tarde, um forasteiro traz uma brisa diferente para a vida de Francesca. Fotógrafo, selvagem, errante. Adjetivos que bastam para o devaneio de uma mulher faminta por mudanças e poesia.
O final posso contar porque a sinopse foi impressa em letras garrafais no folheto do espetáculo. Ele termina na chuva, esperando que ela largue tudo para voar com ele. Ela termina só, em silêncio, mas sem a culpa de ter deixado filhos e marido para trás.
A platéia se comove porque já teve que fazer uma escolha parecida: entre o real e o que poderia ter sido. Choramos porque o amor maduro muitas vezes implica em fazer escolhas nem um pouco românticas. Mas será que abrir esse espaço para o andarilho faz parte da vida, morte, vida do casamento? Será que realmente amamos e deixamos de amar a cada estação?
Saí com a pulga atrás da orelha. Pensativa sobre uniões, sonhos e as maçãs douradas do sol que quero ver nascer e se pôr. Mas sem medo de ter que nascer, morrer e renascer ao lado de quem escolhi. E é com ele que vou cruzar as pontes de Madison...

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